PROJETO SAMBA PRA COMUNIDADE.

EM BUSCA DE SAMBISTAS DE ALMA.

Estamos procurando músicos de Harmonia ou Percussão para dar continuidade ao projeto de exaltação ao samba de velha guarda.

Queremos continuar fazendo os sambas uma vez por mês, por isso estamos na busca de sambistas de alma que não deixam o que é bom ficar para trás. Interessados podem responder a mensagem ou enviar e-mail.

bacabinha@globo.com

Abraço a todos e Salve o Samba.


A Comunidade do Samba Passado de Glória tem como ideologia além de exaltar o samba da antiga, trabalhar para a comunidade, de forma a beneficiar o próximo e algumas entidades e associações que ajudem pessoas carentes, independente de qual seja.

LOCAL:

PETISCARIA DA VILA
Rua São Severo, 231 - Vila Ré
Fone: 11-2023-1225 / 11-3804-3930

DATAS:

INDEFINIDAS


QUALQUER DÚVIDA ENTRAR EM CONTATO:

BACABINHA : 7768-6836 - ID 121*109943
BETO BERÃO : 9354-9775

BLOG: http://www.passadodegloria.blogspot.com/
YOUTUBE: Passado de Gloria
ORKUT: Passado de Glória
E-MAIL: passadodegloria@gmail.com

ABRAÇO.

PASSADO DE GLÓRIA E WILSON MOREIRA

PASSADO DE GLÓRIA NO SESC POMPÉIA

PASSADO DE GLÓRIA NO SESC SANTO ANDRÉ.

PASSADO DE GLÓRIA NO SESC SANTO ANDRÉ.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

EM BUSCA DE SAMBISTAS DE ALMA.

Estamos procurando músicos de Harmonia ou Percussão para dar continuidade ao projeto de exaltação ao samba de velha guarda.

Queremos continuar fazendo os sambas uma vez por mês, por isso estamos na busca de sambistas de alma que não deixam o que é bom ficar para trás.

Interessados podem responder a mensagem ou enviar e-mail.
bacabinha@globo.com

Abraço a todos e Salve o Samba.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

PASSADO DE GLÓRIA E WILSON MOREIRA NO SESC POMPÉIA - DIA 30/01/2010 - SÁBADO ÀS 21:00hs



PASSADO DE GLÓRIA E WILSOM MOREIRA NO SESC POMPÉIA.

A COMUNIDADE DO SAMBA PASSADO DE GLÓRIA CONVIDA A TODOS OS AMIGOS A ESTAREM PRESENTES EM NOSSO PRÓXIMO EVENTO CULTURAL DO SESC POMPÉIA.

PASSADO DE GLÓRIA E WILSON MOREIRA.

DIA 30/01/2010 - SÁBADO ÀS 21:00

LOCAL:

SESC POMPÉIA
RUA CLÉLIA, 93 - POMPÉIA.

ABRAÇO A TODOS.



terça-feira, 7 de julho de 2009

100 ANOS DE MANO DÉCIO DA VIOLA

MANO DÉCIO DA VIOLA
14/7/1909 a 18/10/1984
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Mano Décio Ponteia a Viola
Obsessão

Heróis da Liberdade
(M.Ferreira - Mano Décio - Silas de Oliveira)



Décio Antônio Carlos, o Mano Décio da Viola, nasceu em Santo Amaro da Purificação(BA), a 14 de Julho de 1909, mas, com um ano de idade, mudou-se com o pai, o pedreiro Hermógenes Antônio Máximo, para o morro de Santo Antônio, no Rio de Janeiro.Aos noves anos de idade saiu de casa e foi morar com Noberto Vieira Marçal, o Manga, de quem passou a ser jornaleiro (Manga era capataz de quarenta jornaleiros, sambista e presidente da Escola de Samba Recreio de Ramos). Assim, aos treze anos, a memória do menino Décio já fixava estas cenas:- Nesse tempo eu acompanhava rodadas de samba no Buraco Quente, no morro da Mangueira. E gostava muito de cinema, ver seriados. Foi no cinema que ouvi uma música que me ficou na cabeça... Era a valsa "Os Patinadores", de Waldteufel, na qual Mano Décio ingenuamente colocou versos. A composição acabou sendo registrada em nome de Bide (Alcebíades Barcelos) e João de Barro. O nome de Waldteufel foi "distraidamente" omitido. Quanto a Mano Décio da Viola ficou contentíssimo com aquela nova atuvidade tão rendosa (vender a valsa lhe valeu 20 mil-réis) que a de jornaleiro e que, além do mais, lhe possibilitou ouvir uma composição gravada por Almirante (1934). Da repetição desse varejo de direitos autorais viveu de 1934 até o final da década, quando já amigo de Silas de Oliveira, começou a freqüentar a Prazer da Serrinha, uma das escolas de samba mais ricas, em termos musicais, que já existiu. Lá se cultivavam, além das modalidades mais comuns de samba, o jongo e o partido alto. O ditador Getúlio Vargas, no auge da escalada populista, promovia manifestações de patriotismo, incentivando a produção de canções e sambas ufanistas. No intuito de estender a propaganda oficial ao nível mais popular possível. Getúlio baixou um decreto determinado que todas as sociedades carnavalescas desfilassem apresentando temas ligados a coisas brasileiras. Forçados mas ao mesmo tempo estimulados pelo decreto presidencial, Silas e Mano Décio resolveram fazer do desfile de 1946 não só uma manifestaçãode diversão, mas também uma maneira de "passar cultura para o povo". A escola se preparou para descer cantando História. O samba "Conferência de São Francisco" ou "A Paz Universal", especialmente composto para a ocasião, trazia as assinaturas de Mano Décio e Silas de Oliveira. Além disso a escola se organizou em alas, cada qual com uma função definida dentro do enredo. A partir daquele ano, as outras escolas aderiram às idéias da Serrinha, moldando-se ao novo estilo carnavalesco por ela constituído.Na Prazer da Serrinha, no entanto, essas inovações não foram bem recebidas por todos e, das divergências, acabou sendo fundada em 1947, uma nova escola de samba, o Império Serrano, uma das maiores e mais famosas do país. No ano seguinte, Mano Décio juntou-se à nova escola.E já em 1949 o G.R.E.S. Império Serrano sagrava-se campeão com o samba-enredo "Exaltação a Tiradentes, de Mano Décio, Penteado, e Estasnilau Silva. Primeira composição do gênero a ser gravada, ultrapassou limites estritos das escolas de samba e tornou-se clássico da MPB.De 1948 a 1951, o Império foi vencedor de carnaval, sendo que nos anos de 1949 a 1951 o samba campeão trazia a assinatura de Silas ou de Mano Décio, ou ainda de ambos.Em 1955 a 1956, mais duas vitórias da dupla e do Império: "Exaltação a Caxias" e "O Sonhador de Esmeraldas". Cada samba composto por ambos tem uma história, mas "Medalhas e Brasões" (1960) foi, sem dúvida, o que mais problemas causou aos seus autores, Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira. Poucos dias antes do carnaval, a música foi praticamente embargada pelo Departamento de Turismo (a Riotur da época) por causa de pressões exercidas pela Embaixada do Paraguai. A alegação era de que o samba chamava Solano Lopez de ditador e isso não era bom para as relações Brasil-Paraguai. "Não seria um gesto amigável para o povo paraguaio recordar dessa maneira um conflito entre nossos países e que já está praticamente esquecido" – disse o embaixador paraguaio. O diretor do Departamento de Turismo concordou com o diplomata e procurou a direção do Império Serrano para que a letra do samba fosse modificada. Mano Décio da Viola afirmou na época: "Nós não vemos nada demais nas coisas que dizemos no nosso samba. Fomos buscar nas páginas da História do Brasil os fatos e a inspiração. Mas não queremos ofender o povo paraguaio. O que não posso é mudar a história". Mas a letra foi mudada. O mesmo ocorreu posteriormente, em 1969, com "Heróis da Liberdade".Em 1964, Mano Décio saiu do Império Serrano e foi para a Portela, onde nunca apresentou samba-enredo (para preservar os amigos). Voltou em 1968, perdendo para Silas, a final do samba-enredo.Em 1969, deu-se a última parceria dos dois grandes sambistas: "Hérois da Liberdade", composto num ano em que o samba-enredo passava por transformações. Mano Décio e Silas se opuseram a essa nova postura, responsável pelo empobrecimento do samba-enredo. Mas os tempos eram outros e Mano Décio se afastou da escola. Distante da avenida, o parceiro prossegue sua trilha, solitário. Após a morte de Silas de Oliveira, em 1972. Mano Décio continuou compondo, embora desligado da escola de samba.Em 1973, aos 57 anos gravou um disco brinde de Natal de uma metalúrgica paulista a seus clientes. No ano seguinte, registrou, pela Trapecar, um LP que pecava pela produção, de nível amador.Finalmente em 1976, conseguiu gravar (desta vez pela Phonogram) um LP de excelente nível técnico. "O Lendário Mano Décio da Viola", incluindo seus melhores sambas. Dois anos depois, logo após uma série de espetáculos que fez com o filho Jorginho do Império, no projeto Seis e Meia, Mano Décio gravou "O Imperador". A maioria das músicas desse LP como: "Amor Aventureiro", "No Mundo das Trevas", "É Triste Duvidar", "Assim e a Vida" e "Julgamento Fiel", fora apresentada no Seis e Meia; da outra parte do album constavam músicas dedicadas ao Império Serrano como: "Ser Império como Eu" e "Meu Império Querido", além de Antônio Castro Alves (de Moleque e Comprido) , samba-enredo que deu ao G.R.E.S. Império Serrano sua primeira vitória (1948).Em 1979, veio à praça o quarto LP de Mano Décio apenas com sambas de terceiro -alguns inéditos, outros já gravados anteriormente.Em Fevereiro de 1982, já sabendo da vitória do Império Serrano no carnaval, Mano Décio deu entrada no Hospital do INAMPS de Andaraí, com um problema na bexiga. Saiu poucos dias depois e foi para o subúrbio carioca de Tomas Coelho compor sambas de rara beleza e muitos enredos. Músicas que dificilmente serão cantadas na avenida por milhares de sambistas vestidos de verde e branco - as cores do Império Serrano que Mano Décio e Silas de Oliveira.Morreu no dia 18 de outubro de 1984.Atualmente Mano Décio da Viola é o nome de uma rua onde viveu em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro.
FONTE:
- CLIC MUSIC;
- AGENDA SAMBA CHORO;
- DICIÓNÁRIO CRAVO ALBIN.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

MESTRE XANGÔ - ETERNO...



Olivério Ferreira - 19/01/1923 - 07/01/2009

Você não é não
(Alcides da Portela - Xangô da Mangueira)


O velho batuqueiro
(Xangô da Mangueira)


Nascido no Rio Comprido, bairro do Rio de Janeiro, Xangô passou a infância em um sítio em Paracambi, munícípio da Baixada Fluminense que, naquela época, poderia ser classificado como uma área de fronteira de expansão da antiga Guanabara. Daí, de sua mãe mineira (de Ubá) e de seu pai paulista (de Campinas), vieram o sotaque, o vocabulário e a inspiração em ritmos do interior.

Adolescente, Xangô viveria em vários bairros do Rio de Janeiro (Rocha Miranda, Sampaio, Irajá, Pavuna), lugares que marcam a identidade de um tipo especial de carioca, o suburbano, que só merece alguma apreciação durante o Carnaval. Parte da genialidade do samba de Xangô está na forma como mistura ritmos populares distintos. A infância interiorana e a vida nos bairros da classetrabalhadora da Rio consolidaram uma conexão distinta do clichê campo-cidade.

Xangô une à roça ao subúrbio em sambas que falam línguas diversas mas mantém um espírito em comum ao estimular à participação com suas palmas e coros cadenciados.Como Xangô destaca, "antigamente, não havia a segunda do samba". Foi improvisando, então, que ele começou a fazer música e a conviver com as escolas de samba. A carreira em disco, segundo ele, "só viria depois de um longo aprendizado".

As primeira lições foram na Unidos de Rocha Miranda, onde foi aluno de Lilico, em algum período no começo dos anos 40 (as datas não vem claramente à sua memória). "Nesta época, eu via Cartola e Paulo da Portela no jornal e sonhava em ser como eles". Xangô também recorda que de um bom improvisador exigia-se bom ouvido, boa cabeça para versar, e a habilidade de "entrar no ritmo e na melodia e deixar o outro em boas condições".

Da escola de Rocha Miranda, Xangô foi convidado para desfilar em uma ala da Portela. É Xangô quem conta, com evidente orgulho, a reação do mítico Paulo da Portela, à sua voz, "Poxa, menino, você tem uma voz boa, deve aproveitar isto". Esta foi a deixa para que Xangô passasse alguns anos na tradicional escola de samba de Madureira, "improvisando com os grandes", como ele diz. Quando Paulo da Portela deixou a escola para atuar na Lira do Amor, Xangô o acompanhou como uma deferência especial. Mas a aventura da Lira do Amor não durou muito e Xangô pediria permissão ao professor para improvisar em outra agremiação.

"Mestre", disse Xangô, "estou com a idéia de ir para uma escola que admiro. Eu quero ir para a Mangueira". Paulo da Portela responderia, "Olha, a casa é sua lá porque eu tenho grande amizade, grande intimidade com o Cartola. Se você precisa de uma referência, eu estou aí para dar para você". Além da referência ilustre, Xangô também já tinha achado seu caminho para a Estação Primeira por seus próprios meios. Nos bailes como o da Banda Portugal em clubes da Pavuna e do Irajá (os bailes eram uma variação das gafieiras da Praça XI), Xangô faria amizades com moradores da Mangueira que o apresentariam à direção da escola. Nem a referência ilustre, nem as novas amizades, no entanto, o livraram de ter que provar suas habilidades em um concurso onde teve que improvisar e versar em dupla com outros candidatos. Xangô relembra que deveria haver umas 10 duplas concorrendo naquele dia. Ele não só ganhou o concurso, com a auxílio de um parceiro com quem teve uma empatia imediata, como ainda foi escolhido 3° diretor de harmonia da escola.

A função não somente indicava que ele havia pulado vários degraus na hierarquia da Mangueira, mas também ajudaria a celebrizar sua presença no mundo do samba. Xangô falava do dia-a-dia na quadra da Mangueira em mais de meio século de atividade na função, "Eu adaptava as pessoas novas que chegavam para que eles entendessem o espírito da coisa". Xangô tornou-se conhecido pela paciência e cortesia.

"Nunca xinguei uma pastora ou discuti com ninguém. Entro na quadra na hora em que o ensaio começa, e todos param de falar. Se tem alguma confusão, explico que todos têm que colaborar porque isto aqui é a diversão nossa. É a arena, o teatro da pessoa humilde".

A função inspiraria o seu parceiro mais freqüente, Jorge Zagaia, a escrever um dos mais belos versos da história do samba no partido-alto "Diretor de Harmonia", que ambos dividem no primeiro lp de Xangô. 'Sou eu o diretor de harmonia/aviso para entrar a bateria/sou eu quem manda o mestre-de-sala/se apresentar a porta-bandeira Maria/se estou errado me perdoa/eu sou o samba em pessoa/você já pensou/quando a velhice chegar/e eu não puder mais sambar'.

Ao entrar para a Mangueira, Xangô adicionaria o complemento nobre ao apelido que ganhou ainda na adolescência. Morando em Rocha Miranda, Xangô foi levado por amigos para trabalhar na fábrica de tecidos Nova América, no subúrbio de Del Castilho. "Naquela época, os garotos brincavam de apostar corrida com carrinhos de madeira. Os ingleses malandros logo viram que era melhor botar os garotos para trabalhar em vez dos velhos que não iam produzir tanto", ele relembra. Xangô foi então trabalhar na máquina de rolo e logo ficou conhecido como o engraçadinho que botava apelidos em todo o mundo, "Olhava para a cara do caboclo e dizia: Carranco! Jamelão! Chupeta!". Mas o próprio Xangô não tinha um apelido e um novo empregado iria alterar este fato com uma provocação simples. Xangô avisou ao novato que ele iria ganhar um apelido, porque todos ali tinham um, e sem perder tempo decretou, "Você tem cara de macumba, você vai ser o Macumba". O novato Macumba concordou, "Não tem nada, pode botar", mas acrescentou, "Qual é o seu apelido?". Xangô apenas respondeu, "Eu não tenho apelido", ao que Macumba replicou de imediato, "Não tinha! Se eu sou o Macumba, você vai ser o Xangô!".

Na década de 70 gravou LPs com músicas suas, que também foram regravadas por diversos intérpretes, como Clara Nunes, Clementina de Jesus e Martinho da Vila. Foi também produtor, organizando um pagode semanal no Teatro de Arena, no Rio de Janeiro, por algum tempo. Integrante da Velha Guarda da Mangueira, criou nos anos 80 o grupo Sensa Samba, que se apresentava em teatros e casas de espetáculos tocando suas músicas mais conhecidas, como "Mulher da Melhor Qualidade", "Se o Pagode É Partido", "Quando Eu Vim de Minas" e "Moro na Roça".
"FONTE: AGENDA SAMBA-CHORO"

A COMUNIDADE DO SAMBA PASSADO DE GLÓRIA AGRADECE A DEUS POR TER NOS DADO O PRAZER DE VER CANTAR ESTE GRANDE MESTRE DO SAMBA.

SUA VOZ NUNCA VAI SE CALAR ATRVÉS DE SUAS MÚSICAS E SEUS IMPROVISOS...

SALVE SALVE MESTRE XANGÔ!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

NOEL ROSA DE OLIVEIRA



CHICA DA SILVA
(Noel Rosa de Oliveira - Anescarzinho do Salgueiro)


FALAM DE MIM
(Noel Rosa de Oliveira - Éden Silva - Aníbal Silva)


Compositor.

Tocava vários instrumentos de percussão.

Nasceu em 15/7/1920 no morro do Salgueiro. Freqüentava as rodas de partido-alto em frente à venda de seu pai e era considerado o mascote da turma.

Em 1933 compôs a sua primeira música, "Adeus, minha companheira", para um bloco carnavalesco do morro do Salgueiro. Por intermédio de Casimiro Calça Larga, amigo de seu pai, ingressou na Ala de Compositores da Unidos do Salgueiro, uma das três escolas de samba da época, que mais tarde viria a formar a Acadêmicos do Salgueiro.

Entre 1939 e 1942, serviu ao Exército, sendo funcionário do Ministério da Guerra. Logo depois, cursou a Escola de Aeronáutica.Trabalhou como pedreiro, em uma cervejaria e ainda em uma fábrica de cerâmica. Aposentou-se como motorista profissional e como músico.

No início da década de 1930, ainda menino, começou a compor e a freqüentar vários blocos do morro do Salgueiro e escolas de samba de outros bairros, como Príncipe da Floresta, Azul e Branco e Depois Eu Digo, nesta última, permanecendo durante cinco anos na ala de compositores.

Em 1939 voltou à Escola Unidos do Salgueiro onde exerceu a função de Diretor de Harmonia até 1954.

No ano de 1948, a dupla Zé e Zilda, pelo Selo Continental, gravou de sua autoria "Falam de mim" (c/ Éden Silva e Anibal Silva).

Em 1952, compôs para a Unidos do Salgueiro o samba-enredo "Homenagem a Getúlio Vargas".

Em 1955, com a fusão das escolas do morro do Salgueiro, passou a fazer parte do Grêmio Recreativo e Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro. Dois anos depois, compôs "Assim não é legal", em parceria com Nilo Moreira da Silva.Compôs com Anescarzinho do Salgueiro e Walter Moreira, em 1960, o samba-enredo "Quilombo dos Palmares", com o qual a escola obteve obteve o primeiro lugar do Grupo 1 no desfile daquele ano. Por essa época, já se tornara famoso devido ao samba de quadra "Água de Rio" (Só resta saudade), composto em parceria com Anescarzinho do Salgueiro, com quem também dividiria, em 1962, a autoria da música "Descobrimento do Brasil". Em 1963 ganhou o primeiro lugar no carnaval daquele ano com a sua composição mais conhecida, "Chica da Silva", em parceria com Anescarzinho do Salgueiro.

No ano de 1965, fez sucesso nas quadras do morro do Salgueiro com a música "Tudo é alegria", parceria com Zuzuca do Salgueiro. Neste mesmo ano, o cantor Noite Ilustrada gravou com sucesso a música "O neguinho e a senhorita", regravada pela cantora Elza Soares em compacto simples pela gravadora Odeon e em LP pela mesma gravadora.

Ainda em 1965, Elizete Cardoso no disco "Elizete sobe o morro", interpretou de sua autoria "Água de rio", parceria com Anescarzinho do Salgueiro. No ano seguinte, Jair Rodrigues obteve sucesso com "Vem chegando a madrugada", de sua autoria com Zuzuca do Salgueiro. Neste mesmo ano, Elizete Cardoso, no disco "Muito Elizete", regravou "Vem chegando a madrugada". Por essa época, sua composição "Dona Beja" (c/ Anescarzinho do Salgueiro), foi defendida por Jorge Goulart na "1ª Bienal do Samba", da TV Record.

No ano de 1969, ao lado de Martinho da Vila, Jamelão, Ilza Barbosa, Originais do Samba e Maria Isabel, participou da coletânea "O samba está de volta", na qual interpretou "Bahia de todos os deuses" (Bala e Manoel). No disco a cantora Maria Isabel interpretou de sua autoria a faixa "Nem vem", em parceria com José Alves e Eduardo de Oliveira, este último, mais conhecido como Duduca do Salgueiro. Neste mesmo ano Elza Soares gravou "Falam de mim" (c/ Éden Silva e Aníbal Silva).

No ano de 1972, ingressou no conjunto Os Partideiros do Plá. Em 1973, ao lado de Martinho da Vila, Darcy da Mangueira, Silvinho da Portela e Walter Rosa, participou do disco "A voz do samba", no qual interpretou de sua autoria "Vem Helena" (c/ Iracy Serra) e ainda "Maria Chica, a rezadeira" (Paulo Filho e Antonio Filho) e "É você" de Mazinho e Hélio. No ano seguinte Elza Soares regravou "Nem vem".

Em 1977 foi lançado o disco "Elizete Cardoso, Jacob do Bandolim, Zimbo Trio e Época de Ouro - Fragmentos inéditos do histórico recital realizado no teatro João Caetano em 19 de fevereiro de 1968", disco no qual foi incluída sua composição "Água de rio" (c/ Anescarzinho do Salgueiro). Alcione em 1985 lançou pela RCA Victor o LP "Fogo da vida", no qual regravou "Chica da Silva", parceria com Anescarzinho do Salgueiro.

Em 1987, em seu disco "Meu sorriso", Neguinho da Beija-Flor interpretou "O neguinho e a senhorita". No ano 2000, no disco "A música brasileira deste século por seus autores e intérpretes - Paulinho da Viola e os Quatro Criolos", foi incluída a sua composição "Água de rio" (c/ Anescarzinho do Salgueiro).

Em 2007 Luiz Melodia, no disco "Estação Melodia" lançado pela gravadora Biscoito Fino, regravou "O neguinho e a senhorita". Com mais de 40 músicas gravadas, nas quais se destacaram parceiros como Zuzuca do Salgueiro, Abelardo Silva, Aníbal Silva, Haydée Bandina de Almeida e Eduardo de Oliveira (Duduca do Salgueiro), sempre foi considerado um dos mais férteis melodistas do Salgueiro.

UM POUCO DE SUA OBRA:

Água de rio (c/ Anescarzinho do Salgueiro) • Assim não é legal (c/ Nilo Moreira da Silva) • Céu e forro (c/ Ivan Salvador) • Chica da Silva (c/ Anescarzinho do Salgueiro) • Descobrimento do Brasil (c/ Anescarzinho do Salgueiro) • Dona Beja (c/ Anescarzinho do Salgueiro e Ivan Salvador) • Falam de mim (c/ Éden Silva e Aníbal Silva) • Homenagem a Getúlio Vargas • Mártires da Independência (c/ Anescarzinho do Salgueiro) • Nem vem (c/ Duduca do Salgueiro e José Alves) • O neguinho e a senhorita (c/ Abelardo da Silva) • Quilombo dos Palmares (c/ Anescarzinho do Salgueiro e Walter Moreira) • Vem chegando a madrugada (c/ Zuzuca do Salgueiro) • Vem Helena (c/ Iracy Serra)

O coração deste maravilhoso compositor parou de bater em 19 de março de 1988, um mês depois de ter desfilado pela sua vermelho e branca com o tema “Em busca do ouro”.