PROJETO SAMBA PRA COMUNIDADE.

EM BUSCA DE SAMBISTAS DE ALMA.

Estamos procurando músicos de Harmonia ou Percussão para dar continuidade ao projeto de exaltação ao samba de velha guarda.

Queremos continuar fazendo os sambas uma vez por mês, por isso estamos na busca de sambistas de alma que não deixam o que é bom ficar para trás. Interessados podem responder a mensagem ou enviar e-mail.

bacabinha@globo.com

Abraço a todos e Salve o Samba.


A Comunidade do Samba Passado de Glória tem como ideologia além de exaltar o samba da antiga, trabalhar para a comunidade, de forma a beneficiar o próximo e algumas entidades e associações que ajudem pessoas carentes, independente de qual seja.

LOCAL:

PETISCARIA DA VILA
Rua São Severo, 231 - Vila Ré
Fone: 11-2023-1225 / 11-3804-3930

DATAS:

INDEFINIDAS


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ABRAÇO.

PASSADO DE GLÓRIA E WILSON MOREIRA

PASSADO DE GLÓRIA NO SESC POMPÉIA

PASSADO DE GLÓRIA NO SESC SANTO ANDRÉ.

PASSADO DE GLÓRIA NO SESC SANTO ANDRÉ.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

MANO DÉCIO DA VIOLA

MANO DÉCIO DA VIOLA - 1909 a 1984.


Hora de chorar
(Jorginho Pessanha - Mano Décio)


Mandei buscar
(Mano Décio)


Décio Antônio Carlos, o Mano Décio da Viola, nasceu em Santo Amaro da Purificação(BA), a 14 de Julho de 1909, mas, com um ano de idade, mudou-se com o pai, o pedreiro Hermógenes Antônio Máximo, para o morro de Santo Antônio, no Rio de Janeiro.
Aos noves anos de idade saiu de casa e foi morar com Noberto Vieira Marçal, o Manga, de quem passou a ser jornaleiro (Manga era capataz de quarenta jornaleiros, sambista e presidente da Escola de Samba Recreio de Ramos). Assim, aos treze anos, a memória do menino Décio já fixava estas cenas:
- Nesse tempo eu acompanhava rodadas de samba no Buraco Quente, no morro da Mangueira. E gostava muito de cinema, ver seriados. Foi no cinema que ouvi uma música que me ficou na cabeça... Era a valsa "Os Patinadores", de Waldteufel, na qual Mano Décio ingenuamente colocou versos. A composição acabou sendo registrada em nome de Bide (Alcebíades Barcelos) e João de Barro. O nome de Waldteufel foi "distraidamente" omitido. Quanto a Mano Décio da Viola ficou contentíssimo com aquela nova atuvidade tão rendosa (vender a valsa lhe valeu 20 mil-réis) que a de jornaleiro e que, além do mais, lhe possibilitou ouvir uma composição gravada por Almirante (1934). Da repetição desse varejo de direitos autorais viveu de 1934 até o final da década, quando já amigo de Silas de Oliveira, começou a freqüentar a Prazer da Serrinha, uma das escolas de samba mais ricas, em termos musicais, que já existiu. Lá se cultivavam, além das modalidades mais comuns de samba, o jongo e o partido alto. O ditador Getúlio Vargas, no auge da escalada populista, promovia manifestações de patriotismo, incentivando a produção de canções e sambas ufanistas. No intuito de estender a propaganda oficial ao nível mais popular possível. Getúlio baixou um decreto determinado que todas as sociedades carnavalescas desfilassem apresentando temas ligados a coisas brasileiras. Forçados mas ao mesmo tempo estimulados pelo decreto presidencial, Silas e Mano Décio resolveram fazer do desfile de 1946 não só uma manifestaçãode diversão, mas também uma maneira de "passar cultura para o povo". A escola se preparou para descer cantando História. O samba "Conferência de São Francisco" ou "A Paz Universal", especialmente composto para a ocasião, trazia as assinaturas de Mano Décio e Silas de Oliveira. Além disso a escola se organizou em alas, cada qual com uma função definida dentro do enredo. A partir daquele ano, as outras escolas aderiram às idéias da Serrinha, moldando-se ao novo estilo carnavalesco por ela constituído.
Na Prazer da Serrinha, no entanto, essas inovações não foram bem recebidas por todos e, das divergências, acabou sendo fundada em 1947, uma nova escola de samba, o Império Serrano, uma das maiores e mais famosas do país. No ano seguinte, Mano Décio juntou-se à nova escola.
E já em 1949 o G.R.E.S. Império Serrano sagrava-se campeão com o samba-enredo "Exaltação a Tiradentes, de Mano Décio, Penteado, e Estasnilau Silva. Primeira composição do gênero a ser gravada, ultrapassou limites estritos das escolas de samba e tornou-se clássico da MPB.
De 1948 a 1951, o Império foi vencedor de carnaval, sendo que nos anos de 1949 a 1951 o samba campeão trazia a assinatura de Silas ou de Mano Décio, ou ainda de ambos.
Em 1955 a 1956, mais duas vitórias da dupla e do Império: "Exaltação a Caxias" e "O Sonhador de Esmeraldas". Cada samba composto por ambos tem uma história, mas "Medalhas e Brasões" (1960) foi, sem dúvida, o que mais problemas causou aos seus autores, Mano Décio da Viola e Silas de Oliveira. Poucos dias antes do carnaval, a música foi praticamente embargada pelo Departamento de Turismo (a Riotur da época) por causa de pressões exercidas pela Embaixada do Paraguai. A alegação era de que o samba chamava Solano Lopez de ditador e isso não era bom para as relações Brasil-Paraguai. "Não seria um gesto amigável para o povo paraguaio recordar dessa maneira um conflito entre nossos países e que já está praticamente esquecido" – disse o embaixador paraguaio. O diretor do Departamento de Turismo concordou com o diplomata e procurou a direção do Império Serrano para que a letra do samba fosse modificada. Mano Décio da Viola afirmou na época: "Nós não vemos nada demais nas coisas que dizemos no nosso samba. Fomos buscar nas páginas da História do Brasil os fatos e a inspiração. Mas não queremos ofender o povo paraguaio. O que não posso é mudar a história". Mas a letra foi mudada. O mesmo ocorreu posteriormente, em 1969, com "Heróis da Liberdade".
Em 1964, Mano Décio saiu do Império Serrano e foi para a Portela, onde nunca apresentou samba-enredo (para preservar os amigos). Voltou em 1968, perdendo para Silas, a final do samba-enredo.
Em 1969, deu-se a última parceria dos dois grandes sambistas: "Hérois da Liberdade", composto num ano em que o samba-enredo passava por transformações. Mano Décio e Silas se opuseram a essa nova postura, responsável pelo empobrecimento do samba-enredo. Mas os tempos eram outros e Mano Décio se afastou da escola. Distante da avenida, o parceiro prossegue sua trilha, solitário. Após a morte de Silas de Oliveira, em 1972. Mano Décio continuou compondo, embora desligado da escola de samba.
Em 1973, aos 57 anos gravou um disco brinde de Natal de uma metalúrgica paulista a seus clientes. No ano seguinte, registrou, pela Trapecar, um LP que pecava pela produção, de nível amador.
Finalmente em 1976, conseguiu gravar (desta vez pela Phonogram) um LP de excelente nível técnico. "O Lendário Mano Décio da Viola", incluindo seus melhores sambas. Dois anos depois, logo após uma série de espetáculos que fez com o filho Jorginho do Império, no projeto Seis e Meia, Mano Décio gravou "O Imperador". A maioria das músicas desse LP como: "Amor Aventureiro", "No Mundo das Trevas", "É Triste Duvidar", "Assim e a Vida" e "Julgamento Fiel", fora apresentada no Seis e Meia; da outra parte do album constavam músicas dedicadas ao Império Serrano como: "Ser Império como Eu" e "Meu Império Querido", além de Antônio Castro Alves (de Moleque e Comprido) , samba-enredo que deu ao G.R.E.S. Império Serrano sua primeira vitória (1948).
Em 1979, veio à praça o quarto LP de Mano Décio apenas com sambas de terceiro -alguns inéditos, outros já gravados anteriormente.
Em Fevereiro de 1982, já sabendo da vitória do Império Serrano no carnaval, Mano Décio deu entrada no Hospital do INAMPS de Andaraí, com um problema na bexiga. Saiu poucos dias depois e foi para o subúrbio carioca de Tomas Coelho compor sambas de rara beleza e muitos enredos. Músicas que dificilmente serão cantadas na avenida por milhares de sambistas vestidos de verde e branco - as cores do Império Serrano que Mano Décio e Silas de Oliveira.
Morreu no dia 18 de outubro de 1984.
Atualmente Mano Décio da Viola é o nome de uma rua onde viveu em Madureira, subúrbio do Rio de Janeiro.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

ALCIDES MALANDRO HISTÓRICO.

ALCIDES LOPES - 1909 a 1987


Mágoas de um coração
(Alcides Histórico - Monarco)

Já me esqueci
(Alcides Histórico - Monarco)


Alcides Dias Lopes, também chamado de ‘Malandro Histórico da Portela’, foi um dos mais importantes nomes da Escola, Mestre de Canto, responsável pela resposta de improviso na segunda parte das compo-sições durante os desfiles e as rodas de samba. Excelente partideiro, fez fama sua prodigiosa memória, capaz de impressionar até mesmo os mais experientes versadores. Foi ainda o grande responsável pelo registro oral das obras de Paulo da Portela e de seus companheiros mais antigos, fundadores da Escola. Era capaz de contar com detalhes toda a história da Portela. Nasceu (17-12-1909) e morreu (09-11-1987) no Rio de Janeiro, cidade que amava. Na juventude, levou vida de malandro, vagando sem destino e sem ocupação fixa pelas ruas do Rio. Seu primeiro emprego só veio depois do casamento com Guiomar, com quem teve quatro filhos. Foi mano-brista e sinalizador de trens da Rede Ferroviária Federal, trabalhando perto do subúrbio de Benfica. Tor-nou-se então um ‘chefe de família’, aposentando-se em 1947. Porém, mesmo trabalhando, Alcides nunca faltava aos ensaios da Escola. Estava sempre presente, com sua fisionomia fechada, seu tronco avantajado e seu modo simples de se vestir. Em 1947, compôs seu samba mais conhecido, a autobiográfica ‘Vivo Isolado do Mundo’ (‘Eu vivia/ iso-lado do mundo/ quando eu era vagabundo/ sem ter um amor/ hoje em dia/ eu me regenerei/ sou um chefe de família/ da mulher que amei’). A primeira gravação desta música foi feita por Candeia e Manacéa, que incorporaram alguns versos, cantados até hoje nas rodas de samba. Monarco parece ter feito a gravação definitiva e Zeca Pagodinho regravou o samba, dando-lhe nova roupagem. Seu primeiro samba gravado foi ‘Olinda’ – também chamado de ‘Vem, Ó Linda’ –, parceria com Jair do Cavaquinho. A gravação se deu em 1965, com o próprio Jair e o conjunto ‘A Voz do Morro’. Participou do primeiro disco da Velha Guarda da Portela, em 1970, com o belíssimo samba ‘Ando Penando’. Um de seus parceiros mais constantes foi Monarco. Da dupla se destacam: ‘Amor de Malandro’, ‘Enganadora’ (gravadas por João Nogueira), ‘Você pensa que eu me Apaixonei’ (gravada por Beth Car-valho), ‘Se eu soubesse vem Depois’ (gravada por Roberto Ribeiro), ‘Abra as Vistas, Rapaz’ (gravada por Zeca Pagodinho) e ‘Deixa meu nome em Paz’ (gravada por Monarco e Velha Guarda da Portela). Outro parceiro importante foi Chico Santana, com quem compôs ‘Eu vou Embora’, ‘Minha Orelha’ e ‘Quanto mais eu Rezo’ (todas gravadas por Jorge Aragão). Um dos maiores divulgadores póstumos da obra de Alcides foi Zeca Pagodinho, que gravou ‘Dona do meu Coração’ (com participação de Argemiro), ‘Já sei de tudo, Mulher’, ‘Meu Tamborim’ e ‘Vivo Muito Bem’, entre outros. Alcides compôs ainda com sambistas como Nelson Cavaquinho – parceria que per-manece inédita até hoje. Apesar de ter sido excelente intérprete e compositor, Alcides Lopes jamais gravou um disco individual. Os únicos registros disponíveis são duas participações ao lado de Dona Ivone Lara, nas músicas ‘Quando a Maré’ (de Antônio Caetano) e ‘Já Chegou quem Faltava’ (de Nilson Gonçalves), presentes no disco ‘Samba – Minha Verdade, Minha Raiz’ (Odeon, 1978). Como reconhecimento por sua contribuição à Portela, seu retrato foi incluído na galeria do Pavilhão de canto do Portelão.


FONTE: http://www.agendasamba-choro.com.br/